Perfil farmacoterapêutico de pacientes renais crônicos hemodialíticos em uma clínica da Bahia

Autores

  • Lucas Brasileiro Lemos Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Gabriela Silva Moraes
  • Gisele da Silveira Lemos Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Adriana Alves Nery Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v12.986

Palavras-chave:

Diálise Renal, Farmacoepidemiologia, Uso de Medicamentos

Resumo

A doença renal crônica (DRC) configura-se como um problema de saúde pública devido a prevalência e morbimortalidade crescentes. As múltiplas comorbidades associadas a DRC exigem um manejo adequado dos medicamentos mitigando riscos e problemas farmacoterapêuticos. Assim, esse estudo teve como objetivo descrever o perfil farmacoterapêutico e clínico de pacientes renais crônicos hemodialíticos e caracterizar seu modo de utilização de medicamentos: prescritos e por automedicação. Trata-se de um estudo transversal realizado em um centro de hemodiálise no Estado da Bahia, através da aplicação de um formulário, sendo os pacientes selecionados em março de 2015. Dentre os participantes, predominaram os do sexo masculino (64,1%), com média de idade 50,5±14,9 anos. Entre os participantes 83,5% declararam renda familiar mensal de até 2 salários mínimos, 20% nunca estudaram, 48,2% estavam em diálise por períodos compreendidos entre 1 e 5 anos e 92,9% não possuíam plano de saúde. Hipertensão Arterial Sistêmica foi a causa mais frequente da perda da função renal (57,8%). O número médio de medicamentos prescritos foi de 8,11±3,56, e por automedicação 2,04±1,40, sendo que 39,4% dos participantes declararam ter se automedicado em algum momento da vida. O medicamento mais frequentemente prescrito foi a eritropoetina (10,6%) e o mais frequente dentre os classificados como de automedicação o calcitriol (9,6%), influenciado por falha na comunicação entre o prescritor e paciente. Os dados apresentados servem de subsídio para um aprimoramento da assistência ao paciente com DRC, principalmente em relação ao uso racional de medicamentos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Thomé FS, Sesso RC, Lopes AA, Lugon JR, Martins CT. Brazilian chronic dialysis survey 2017. J Bras Nefrol. 2019;41(2):208-14. http://dx.doi.org/10.1590/2175-8239-JBN-2018-0178.

Molina M, Allende LM, Ramos LE, Gutiérrez E, Pleguezuelo DE, Hernandéz ER, et al. CD19+ B-cells, a new biomarker of mortality in hemodialysis patients. Front Immunol. 2018;9:1221. http://dx.doi.org/10.3389/fimmu.2018.01221. eCollection 2018.

Chakraborty S, Ghosh S, Banerjea A, Raman R, Hazra A, Mandal SK. Prescribing patterns of medicines in chronic kidney disease patients on maintenance hemodialysis. Indian J of Pharmacol. 2016;48(5):586-90. http://dx.doi.org/10.4103/0253-7613.190760.

Menezes FG, Barreto DV, Abreu RM, Roveda F, Pecoits Filho RFS. Overview of hemodialysis treatment funded by the Brazilian Unified Health System-An economic perspective. J Bras Nefrol. 2015;37(3):367-78. http://dx.doi.org/10.5935/0101-2800.20150057.

Park H, Rascati KL, Lawson KA, Barner JC, Richards KM, Malone DC. Adherence and persistence to prescribed medication therapy among medicare part D beneficiaries on dialysis: comparisons of benefit type and benefit phase. J Manag Care Spec Pharm. 2014;20(8):862-76. http://dx.doi.org/10.18553/jmcp.2014.20.8.862.

McIntyre C, McQuillan R, Bell C, Battistella M. Targeted deprescribing in an outpatient hemodialysis unit: a quality improvement study to decrease polypharmacy. Am J Kidney Dis. 2017;70(5):611-8. http://dx.doi.org/10.1053/j.ajkd.2017.02.374.

Nascimento RCRM, Álvares J, Guerra Junior AA, Gomes IC, Silveira MR, Costa EA, et al. Polifarmácia: uma realidade na atenção primária do Sistema Único de Saúde. Rev Saude Publica. 2017;51(Supl 2):19s. http://dx.doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051007136.

Paula ECA, Mendes SJ. Farmacoeconomia e farmacoepidemiologia na gestão de recursos em saúde: primeiros resultados de uma revisão integrativa. J Manag Prim Health Care. 2019;11(Supl 1):e27s. https://doi.org/10.14295/jmphc.v11iSup.941.

Baldoni AO, Pereira LRL. The impact of Brazilian population aging to the health system under the pharmacoepidemiology vision: a narrative review. Rev Cienc Farm Basica Apl. 2011;32(3):313-21.

Avorn J. The promise of pharmacoepidemiology in helping clinicians assess drug risk. Circulation. 2013 Aug 13;128(7):745-8. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.113.003419.

Estudo SABE: saúde, bem-estar e envelhecimento: condições de vida e saúde dos idosos do município de São Paulo [Internet]. c2006 [citado 21 fev. 2015]. Disponível em: http://www.fsp.usp.br/sabe/Extras/ Questionario_2006.pdf.

Pesquisa nacional sobre acesso, utilização e promoção do uso racional de medicamentos no Brasil. Questionário do inquérito domiciliar adulto [Internet]. c2013 [citado 21 mar. 2015]. Disponível em: http://www.ufrgs.br/pnaum/documentos/questionarios-1/PNAUM_Inq_Adulto.pdf/view.

Baldoni AO. Estudo de utilização de medicamentos em idosos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) [dissertação]. [Ribeirão Preto]: Universidade de São Paulo; 2010. 127 f.

Martins GA, Acurcio FA, Franceschini SCC, Priore SE, Ribeiro AQ. Use of potentially inappropriate medications in the elderly in Viçosa, Minas Gerais State, Brazil: a population-based survey. Cad Saude Publica. 2015;31(11):2401-12. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00128214.

World Health Organization. Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology, Guidelines for ATC classification and DDD assignment 2019. Oslo (Norway): WHO; 2018.

Sesso RC, Lopes AA, Thomé FS, Lugon JR, Santos DR. Inquérito brasileiro de diálise crónica 2013: análise das tendências entre 2011 e 2013. J Bras J Nefrol. 2014;36(4):476-81. http://dx.doi.org/10.5935/0101-2800.20140068.

Castro MCM, Aoki MVS, Domingos ES, Coutinho RCS, Silva CF, Couto JL et al. Determinantes da não-adesão medicamentosa nos pacientes em hemodiálise. J Bras Nefrol. 2009;31(2):89-95.

Melo FGC. Análise de sobrevida de pacientes renais crônicos em hemodiálise [dissertação]. [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará; 2006. 111 f.

Santos KK, Lucas TC, Glória JCR, Pereira Júnior AC, Ribeiro GC, Lara MOO. Epidemiological profile of chronic renal patients in treatment. J Nursing UFPE. 2018;12(9):2293-300. http://dx.doi.org/10.5205/1981-8963-v12i9a234508p2293-2300-2018.

Nakao, RT. Variáveis sociodemográficas, clínicas e psicológicas associadas à adesão à hemodiálise [dissertação]. [Ribeirão Preto]: Universidade de São Paulo; 2013. 112 p.

Oliveira Junior HM, Formiga FFC, Alexandre CS. Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes em programa crônico de hemodiálise em João Pessoa - PB. J Bras Nefrol. 2014;36(3):367-74. https://doi.org/10.5935/0101-2800.20140052.

Tavares NUL, Bertoldi AD, Mengue SS, Arrais PSD, Luiza VL, Oliveira MA, et al. Fatores associados à baixa adesão ao tratamento farmacológico de doenças crônicas no Brasil. Rev Saude Publica. 2016;50(supl 2):10s. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050006150.

Sousa, MEP. Adesão ao tratamento medicamentoso da pessoa portadora de insuficiência renal crónica em hemodiálise [dissertação]. [Viseu]: Escola Superior de Saúde de Viseu; 2012. 110 f.

Martins MV, Mata AMLL, Camerini DM, Murta AR. Fatores que influenciam a adesão ao tratamento de hemodiálise para doença renal crônica. Rev Cient Faminas. 2017;12(1):5-15.

Oliveira MA, Luiza VL, Tavares NUL, Mengue SS, Arrais PSD, Farias MR, et al. Acesso a medicamentos para doenças crônicas no Brasil: uma abordagem multidimensional. Rev Saude Publica. 2016;50(supl 2):6s. http://dx.doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006161.

Campos CS, Santos KB, Ferreira GF, Bastos KV. Perfil epidemiológico dos pacientes em lista única de espera para transplante renal na Cidade de Juiz de Fora. HU Rev. 2017;43(4):407-13.

Santos JB, Almeida PHRF, Lemos LB, Lemos GS. Evidências clínicas da adesão medicamentosa de pacientes dialíticos crônicos. J Nurs UFPE. 12(12):3254-62. http://dx.doi.org/10.5205/1981-8963-v12i12a236074p3254-3262-2018

Hall YN, Rodriguez RA, Boyko EJ, Chertow GM, O'Hare AM. Characteristics of uninsured Americans with chronic kidney disease. J Gen Intern Med. 2009;24(8):917-22. http://dx.doi.org/10.1007/s11606-009-1028-3.

Ribeiro PRS, Batista TS. Adesão ao tratamento farmacológico anti-hipertensivo de pacientes em hemodiálise. Rev Cienc Farm Basica Apl. 2015;36(2):201-12.

Chiu YW, Teitelbaum I, Misra M, Leon EM, Adzize T, Mehrotra R. Pill burden, adherence, hyperphosphatemia, and quality of life in maintenance dialysis patients. Clin J Am Soc Nephrol. 2009;4(6):1089-96. http://dx.doi.org/10.2215/CJN.00290109.

Iseki K, Shoji T, Nakai S, Watanabe Y, Akiba T, Tsubakihara Y. Higher survival rates of chronic hemodialysis patients on anti-hypertensive drugs. Nephron Clin Pract. 2009;113(3):c183-90. http://dx.doi.org/10.1159/000232600.

Institute of Medicine [IOM]. The healthcare imperative: lowering costs and improving outcomes: workshop series summary. Washington, DC: The National Academies Press; 2010 [citado 32 nov. 2019]. Disponível em: http://books.nap.edu/catalog.php?record_id=12750.

Winkelmayer WC, Mehta J, Wang PS. Benzodiazepine use and mortality of incident dialysis patients in the United States. Kidney Int. 2007;72(11):1388-93. http://dx.doi.org/10.1038/sj.ki.5002548.

Andreucci VE, Fissell RB, Bragg-Gresham JL, Ethier J, Greenwood R, Pauly M, et al. Dialysis Outcomes and practice patterns study (DOPPS) data on medications in hemodialysis patients. Am J Kidney Dis. 2004; 44(Suppl 2):61-7. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2004.08.013.

Downloads

Publicado

10-08-2020

Como Citar

1.
Brasileiro Lemos L, Silva Moraes G, da Silveira Lemos G, Alves Nery A. Perfil farmacoterapêutico de pacientes renais crônicos hemodialíticos em uma clínica da Bahia. J Manag Prim Health Care [Internet]. 10º de agosto de 2020 [citado 17º de dezembro de 2024];12:1-19. Disponível em: https://jmphc.emnuvens.com.br/jmphc/article/view/986

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.