Júri simulado como estratégia de reflexão de um desastre ambiental, no ensino médico de uma instituição pública de ensino superior do leste de Minas Gerais

Autores

  • Wanessa Françoise da Silva Aquino do Carmo Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC, Juiz de Fora.
  • Eulilian Dias de Freitas
  • Waneska Alexandra Alves
  • Lélia Cápua Nunes

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v7i1.319

Palavras-chave:

Instituições acadêmicas, educação em saúde, estudantes de medicina

Resumo

Em novembro de 2015, Governador Valadares-MG sofreu o impacto do maior desastre ambiental ocorrido no Brasil. Os rejeitos de minério do rompimento das barragens em Mariana-MG atingiram e devastaram o Rio Doce, principal fonte de água potável do município, gerando insegurança alimentar e prejuízos social, econômico e à saúde. O fato motivou a realização de uma estratégia de júri simulado, com temática “Atividades da Mineradora em Mariana: embargar ou liberar?”, na disciplina Saúde Ambiental, do curso de medicina de uma instituição pública de ensino superior de Governador Valadares-MG. O júri simulado é a reprodução de um julgamento, no qual são apresentados argumentos de defesa e de acusação para análise de um problema. Debater sobre o desastre ambiental do rompimento das barragens de minério sob a ótica da saúde coletiva. Os estudantes foram divididos em três grupos: acusação, defesa e jurados. O juiz do processo foi um docente. Os grupos tiveram trinta dias para preparar o processo, contendo: descrição do caso, argumentos de defesa/acusação, responsabilidades, consequências em curto, médio e longo prazos e possíveis cenários futuros. No júri, a defesa e a acusação apresentaram o processo, com discussão dos argumentos. Em seguida, os jurados fizeram perguntas para esclarecimento de termos e detalhamento das questões abordadas. O júri reuniu-se para preparar o veredito e a sentença, que consistia da descrição do resultado da votação, ponderação e recomendações. O julgamento teve início pela acusação, com argumento de que a Mineradora infringiu a legislação ambiental, negligenciou o risco de rompimento das barragens, retirou da população ribeirinha o direito de conviver com um meio ambiente preservado e não arcou com o prejuízo social e econômico gerado. A defesa alegou que as barragens eram monitoradas e que embora não houvesse o sistema de alarme, a empresa conseguiu avisar a população atingida e está prestando assistência. O veredito constou que a Mineradora é culpada pela negligência quanto à segurança das barragens e falha na prevenção e comunicação de acidentes, porém a mesma deve retomar suas atividades, por ser importante fonte de empregos e arrecadação para o município de Mariana. A atividade foi dinâmica, estimulou a aquisição de competências e habilidades de liderança, gestão do tempo e escuta qualificada e estimulou a postura ativa e crítica dos estudantes. Além disso, demonstrou a complexidade da questão ambiental e suscitou a reflexão sobre o impacto de fatores distais, como políticas e legislação ambiental, na saúde da população. 

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Publicado

05-01-2017

Como Citar

1.
do Carmo WF da SA, de Freitas ED, Alves WA, Nunes LC. Júri simulado como estratégia de reflexão de um desastre ambiental, no ensino médico de uma instituição pública de ensino superior do leste de Minas Gerais. J Manag Prim Health Care [Internet]. 5º de janeiro de 2017 [citado 18º de dezembro de 2024];7(1):25-. Disponível em: https://jmphc.emnuvens.com.br/jmphc/article/view/319

Edição

Seção

Seminários, Simpósios e Mesas Redondas

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