Cobertura vacinal na América do Sul

caminhos e contribuições a partir da pandemia de COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v15.1332

Palavras-chave:

Vacinação , Cobertura Vacinal, Crianças, Lactentes, COVID19

Resumo

A imunização global apresentou um aumento significativo nos últimos 50 anos, com a implantação de programas nacionais de rotina e campanhas de vacinação infantil houve o controle de doenças imunopreveníveis, com a erradicação mundial da varíola em 1980 e em alguns países erradicação de doenças como o tétano materno e neonatal, a poliomielite, a rubéola e a síndrome rubéola congênita. Com estes resultados a imunização é reconhecida como uma das melhores estratégias preventivas de saúde pública por evitar milhões de morte a cada ano, diminuir hospitalização e sequelas de muitas doenças graves. Ainda assim, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, as doenças preveníveis por vacinas são responsáveis por 1,5 milhão de mortes a cada ano. A cobertura vacinal (CV) é o indicador que avalia a proporção da população imunizada, é calculada pela dose aplicada da vacina indicada (conforme a vacina podendo ser dose única ou múltiplas) e dividida pela população alvo, multiplicada por 100. Desde 2010 a cobertura vacinal mundial sofre um retrocesso, e milhões de crianças deixam de receber as vacinas básicas com todas as doses preconizadas.  Sendo que os países da América Latina se encontram entre os que apresentam as maiores reduções da cobertura vacinal, embora todos os países possuírem um Programa Nacional de Imunização. Em 2020 com a pandemia de COVID-19, a rotina de imunização infantil foi interrompida globalmente, em países desenvolvidos com alta renda, e em países de média e baixa renda, acentuando a gravidade da baixa imunização e colocando milhões de crianças em risco para doenças anteriormente já controladas. Neste período pandêmico, as campanhas de vacinação em massa também foram adiadas. As ações estratégicas de vacinação de recuperação, investimento na retomada das campanhas e vigilância epidemiológica são muito heterogêneas entre os diversos países sendo necessário maior atenção para identificar as populações com maior risco, melhor planejamento e realocação de recursos nas políticas públicas prevenindo futuros surtos. Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão integrativa da literatura sobre a cobertura vacinal em países da América do Sul, na faixa etária de 0–5 anos de idade, durante a pandemia de COVID-19 (2020–2021) e no período que a precedeu, com recorte temporal de 10 anos. Para isso foi realizada a busca bibliográfica na base de dados BVS/Lilacs, Scielo, Scopus, PubMed, no período de janeiro a março de 2023, utilizando a combinação entre os termos de pesquisa “vaccination”, “vaccination coverage”, “children”, “infant”, “pandemic”, “COVID-19” com o operador booleano “AND” e com limitações como programa de imunização, hesitação vacinal, saúde pública, política de cuidados de saúde, lactentes, recém nascidos, com o período de publicação de 2017 a 2023, nos idiomas inglês, português e espanhol. Nesta busca nas bases de dados foram encontradas 441 referências bibliográficas exportadas para o software de gerenciamento bibliográfico Zotero. Foram excluídos os 64 artigos que se encontravam duplicados. Na seleção inicial foram excluídos estudos que identificavam a cobertura vacinal sem relatar o impacto da pandemia, a cobertura da vacina contra COVID-19, as doenças relacionadas ao coronavírus, adultos e adolescentes, países não pertencentes a América Latina, sendo selecionados 60 artigos. Na revisão por títulos e resumo foram antepostos 24 artigos. Na leitura do texto completo foram incluídos oito artigos. Após revisão entre pares, optou-se por realizar nova pesquisa nos mesmos bancos de dados incluindo a série temporal da cobertura vacinal, com o objetivo de identificar períodos com melhores índices de imunização e comparar com os períodos de declínio da mesma. Foram elaboradas duas estratégias de busca complementares com os descritores “times series”, “vaccination”, “vaccination coverage”, “children”. Identificou-se 219 referências, BVS (197), Scopus (3), Scielo (4), PubMed (15), após retirados os duplicados permaneceram 85 artigos. Após rastreados pelo tema de interesse, série temporal de 10 anos da cobertura vacinal infantil global e da América Latina foram selecionados 25 artigos. Após leitura de resumo e texto completo foram incluídos dois artigos para o estudo.  Na segunda busca para incluir artigos relevantes anteriormente não encontrados, sobre o comportamento da cobertura da imunização no Chile, foram utilizados os descritores “cobertura vacinal” AND “vacinação” AND “COVID 19” AND “Chile”. Identificou-se 19 referências, BVS (8), PubMed (0), Scielo (0), Scopus (11); foi incluído um artigo e excluídos 15 artigos. A última data de pesquisa foi 18 de abril de 2023, sendo incluídos para estudo 12 artigos de sete países da América do Sul e três artigos sobre a série temporal da cobertura vacinal. Na análise inicial foi possível observar que houve redução da imunização e que nenhum país estudado apresenta os índices de cobertura vacinal preconizada. Para melhor entendimento deste fato organizamos os resultados em temas como os fatores sociais que atuam no índice e homogeneidade da cobertura vacinal, impacto da pandemia, Programa Nacional de Imunizações e Políticas Públicas de Saúde, registro da vacinação e Sistema de Informação de Saúde, hesitação vacinal, estratégias de recuperação da cobertura vacinal.

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Publicado

18-09-2023

Como Citar

1.
Wild Aquino LG, Guerra LD da SG. Cobertura vacinal na América do Sul: caminhos e contribuições a partir da pandemia de COVID-19. J Manag Prim Health Care [Internet]. 18º de setembro de 2023 [citado 5º de novembro de 2024];15(spec):e029. Disponível em: https://jmphc.emnuvens.com.br/jmphc/article/view/1332