Perfil epidemiológico da coinfecção TB/HIV em um município prioritário da Amazônia ocidental

Autores

  • Amanda Mariano Universidade Federal de Rondônia
  • Gabriela Tavares Magnabosco Universidade Estadual de Maringá
  • Nathalia Halax Orfão Universidade Federal de Rondônia

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v13.1131

Palavras-chave:

Tuberculose, Perfil de Saúde, Infecções por HIV

Resumo

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) aumenta o risco de desenvolver tuberculose (TB), favorecendo a coinfecção. Este estudo teve como objetivo analisar os casos de coinfecção TB/HIV em Porto Velho-RO, no período de 2014 a 2018. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo transversal e abordagem quantitativa, realizado a partir do levantamento das variáveis sociodemográficas e clínicas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e analisados por meio de estatística descritiva, após atendidos os preceitos éticos. Das 276 pessoas com coinfecção TB/HIV, a idade média foi de 38,3 anos (dp=±11,28), a maioria era do sexo masculino (73,9%), raça/cor autodeclarada parda (79,3%), escolaridade entre 5 e 8 anos (33,3%), presença de aids (98,2%), alcoolismo (21%), uso de drogas ilícitas (14,5%), tabagismo (9%), privados de liberdade (5,4%), caso novo (62%), forma pulmonar (62%), radiografia de tórax suspeita (79,3%), baciloscopia de escarro negativa (44,6), cultura de escarro (86,6%) e Teste Molecular Rápido para TB (71%) não realizados, e teste de sensibilidade (84,4%) e baciloscopias de escarro para controle mensal em branco/ignorado. Os casos foram notificados, em sua maioria, no serviço de referência terciária (67%), porém tratados no Serviço de Assistência Especializada (68,5%), tinham entre 1 e 5 contatos identificados (74%), porém nenhum examinado (74,3%), não realizaram tratamento diretamente observado (TDO) (84,4%), com tempo médio de tratamento de 147,2 dias (dp=±88,15), baixa taxa de cura (42%) e elevada para abandono (34,4%). Os resultados apontam para importantes fragilidades na realização dos exames diagnósticos e no acompanhamento dos casos coinfectados, bem como vigilância dos contatos, além da implementação restrita do TDO e baixo tempo médio de tratamento, contribuindo, portanto, para os desfechos insatisfatórios, conforme encontrado neste estudo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

World Health Organization. Global tuberculosis report 2019. Geneva: WHO; 2019.

Ministério da Saúde (BR). Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. Brasília, DF: MS; 2019.

Ministério da Saúde (BR). Tuberculose. Bol Epidemiol. mar. 2020;(n. esp);1-39.

Ministério da Saúde (BR) Brasil livre da tuberculose: plano nacional pelo fim da tuberculose como problema de saúde pública. Brasília, DF: MS; 2017.

Santana S, Teixeira CFS, Rodrigues AS, Skalinski LM. Dificuldades, caminhos e potencialidades da descentralização do atendimento à tuberculose. J Health Biol Sci. 2020;8(1);1-5. http://dx.doi.org/10.12662/2317-3076jhbs.v8i1.2582.p1-5.2020. DOI: https://doi.org/10.12662/2317-3076jhbs.v8i1.2582.p1-5.2020

Silva DR, Muñoz-Torrico M, Duarte R, Galvão T, Bonini EH, Arbex MA, et al. Fatores de risco para tuberculose: diabetes, tabagismo, álcool e uso de outras drogas. J Bras Pneumol. 2018;44(2):145-52. https://doi.org/10.1590/S1806-37562017000000443. DOI: https://doi.org/10.1590/s1806-37562017000000443

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População [Internet]. [Brasília, DF]: IBGE; c2017 [citado 29 maio 2020]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ro/porto-velho/panorama

Ministério da Saúde (BR). Cadastro nacional de estabelecimentos de saúde [Internet]. [Brasília, DF]: CNES; 2020 [citado 29 maio 2020]. Disponível em: http://cnes.datasus.gov.br/

Oliveira LB, Costa CRB, Queiroz AAFLN, Araújo TME, Sousa KAA, Reis RK. Análise epidemiológica da coinfecção tuberculose/HIV. Cogitare Enferm. 2018;23(1):e51016. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v23i1.51016. DOI: https://doi.org/10.5380/ce.v23i1.51016

Bastos SH, Taminato M, Fernandes H, Figueiredo TMRM, Nichiata LYI, Hino P. Perfil sociodemográfico e de saúde da coinfecção tuberculose/HIV no Brasil: revisão sistemática. Rev Bras Enferm. 2019;72(5):1389-96. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0285. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0285

Marques CC, Medeiros ER, Sousa MES, Maia MR, Silva RAR, Feijão AR, et al. Casos de tuberculosis coinfectados por VIH en el estado del noreste brasileño. Enferm Actual Costa Rica. 2019;(36):62-76. http://dx.doi.org/10.15517/revenf.v0i36.33583. DOI: https://doi.org/10.15517/revenf.v0i36.33583

Santos AC, Aquino RCA. Perfil epidemiológico de pacientes imunocomprometidos com tuberculose. Rev Eletron Estácio Recife. 2019;5(1):1-14.

Batista AT, Saldanha AAW, Furtado FMF. Auto conceito masculino e auto cuidado em saúde. Psicol Saude Doencas. 2017;18(3):859-69. http://dx.doi.org/10.15309/17psd180318. DOI: https://doi.org/10.15309/17psd180318

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional por amostra de domicílios. Rio de Janeiro; IBGE; 2016.

Martins NFF, Abreu DPG, Silva BT, Semedo DSRC, Pelzer MT, Ienczak FS. Functional health literacy and adherence to the medication in older adults: integrative review. Rev Bras Enferm. 2017;70(4):868-74. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0625. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0625

Carvalho Filho AX, Silva JP. Tuberculose em Minas Gerais e determinantes sociais. Rev Atenas Higeia. 2019;1(2):24-7.

Dooley KE, Chaisson RE. Tuberculosis and diabetes mellitus: convergence of two epidemics. Lancet Infect Dis. 209;9(12):737-46. https://doi.org/10.1016/S1473-3099(09)70282-8. DOI: https://doi.org/10.1016/S1473-3099(09)70282-8

Dolan K, Wirtz A, Moazen B, Ndeffo-Mbah M, Galvani A, Kinner SA. Global burden of HIV, viral hepatitis, and tuberculosis in prisoners and detainees. Lancet. 2016 Sep 10;388(10049):1089-1102. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30466-4. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30466-4

Ferreira MR, Bonfim RO, Siqueira TC, Andrade RLP, Monroe AA, Villa TC, et al. Tubereculosis in prison and aspects associated with the diagnosis site. J Infect Dev Ctries. 2019 Nov 30;13(11):968-77. https://doi.org/10.3855/jidc.11522. DOI: https://doi.org/10.3855/jidc.11522

Rossetto M, Maffacciolli R, Rocha CMF, Oliveira DLLC, Serrant L. Coinfecção tuberculose/HIV/aids em Porto Alegre, RS: invisibilidade e silenciamento dos grupos mais afetados. Rev Gaucha Enferm. 2019;40:e2018003. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180033. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180033

Sharma SK, Mohan A. Extrapulmonary tuberculosis. Springer: Singapore; 2019. DOI: https://doi.org/10.1007/978-981-32-9413-4_4

Silva ANC, Ross JR. Tratamento diretamente observado na tuberculose: imergindo em publicações científicas. J Manag Prim Health Care. 2020;12:1-11. https://doi.org/10.14295/jmphc.v12.303. DOI: https://doi.org/10.14295/jmphc.v12.303

Cecilio HPM, Marcon SS. O tratamento diretamente observado da tuberculose na opinião de profissionais de saúde. Rev Enferm UERJ. 2016;24(1):e8425. https://doi.org/10.12957/reuerj.2016.8425. DOI: https://doi.org/10.12957/reuerj.2016.8425

Kibret KT, Moges Y, Memiah P, Biadgilign S. Treatment outcomes for multidrug-resistant tuberculosis under DOTS-Plus: a systematic review and meta-analysis of published studies. Infec Dis Poverty. 2017;6:7. https://doi.org/10.1186/s40249-016-0214-x. DOI: https://doi.org/10.1186/s40249-016-0214-x

Ferreira MRL, Bonfim RO, Siqueira TC, Orfão NH. Abandono do tratamento da tuberculose: uma revisão integrativa. Rev Enferm Contemp. 2018;7(1):63-71. https://doi.org/10.17267/2317-3378rec.v7i1.1579. DOI: https://doi.org/10.17267/2317-3378rec.v7i1.1579

Mendes EV. As redes de atenção à saúde. 2a ed. Brasília, DF: Organização Panamericana de Saúde; 2015.

Magnabosco GT, Andrade RLP, Arakawa T, Monroe AA, Villa TCS. Desfechos dos casos de tuberculose em pessoas com HIV: subsídios para intervenção. Acta Paul Enferm. 2019;32(5):553-63. https://doi.org/10.1590/1982-0194201900077. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0194201900077

Ministério da Saúde (BR). Brasil livre da tuberculose: evolução dos cenários epidemiológicos e operacionais da doença. Bol Epidemiol. mar. 2019;50(9):1-18.

Jamal LF, Moherdaui F. Tuberculose e infecção pelo HIV no Brasil: magnitude do problema e estratégias para o controle. Rev Saude Publica. 2007;41(Suppl 1):104-110. https://doi.org/10.1590/s0034-89102007000800014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000800014

Oliveira JF, Antunes MBC. Abandono anunciado ao tratamento da tuberculose em uma Unidade de Saúde da Família do Recife – a perspectiva do usuário. Rev APS. 2012;15(1):4-13.

Ministério da Saúde (BR). Saúde Brasil 2018: uma análise da situação de saúde e das doenças e agravos crônicos: desafios e perspectivas. Brasília, DF: MS; 2019.

Siqueira TC, Bonfim RO, Ferreira MRL, Orfão NH. Mortalidade entre os portadores de tuberculose em Porto Velho (RO). Saude Pesqui. 2018;11(3):441-50. https://doi.org/10.17765/1983-1870.2018v11n3p441-450. DOI: https://doi.org/10.17765/1983-1870.2018v11n3p441-450

Ministério da Saúde (BR). Protocolo para vigilância do óbito com menção de tuberculose nas causas de morte. Brasília, DF: MS; 2017.

Downloads

Publicado

31-08-2021

Como Citar

1.
Mariano A, Tavares Magnabosco G, Halax Orfão N. Perfil epidemiológico da coinfecção TB/HIV em um município prioritário da Amazônia ocidental. J Manag Prim Health Care [Internet]. 31º de agosto de 2021 [citado 22º de dezembro de 2024];13:e08. Disponível em: https://jmphc.emnuvens.com.br/jmphc/article/view/1131

Artigos Semelhantes

<< < 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.