De que adianta aprender se não for para aplicar ou transmitir?
DOI:
https://doi.org/10.14295/jmphc.v8i3.589Resumo
Introdução: A participação de grupos dentro da área da saúde, que tenham origem em cursos de graduação distintos, na prática docente, entende-se que o trabalho conjunto de pessoas de formações diferentes quando realizado com planejamento, objetivos definidos, orientado por competências, torna-se uma importante alternativa para o aprendizado e para a melhor atenção à saúde. Esta atividade de Práticas colaborativas é um o processo pelo qual pessoas em diversos níveis de conhecimento trabalham juntas, em pequenos grupos, com vistas a um objetivo comum. No Curso de Processos Educacionais na Saúde (PES) um espaço de aprendizagem colaborativa com interdependência positiva, responsabilização individual e habilidades interpessoais. Perrenoud utiliza o termo “trabalhar em equipe” quando fala das 10 Novas Competências para Ensinar (2000). Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), Prática Colaborativa na atenção à saúde ocorre quando profissionais de saúde de diferentes áreas prestam serviços com base na integralidade da saúde, envolvendo os pacientes e suas famílias, cuidadores e comunidades para atenção à saúde da mais alta qualidade em todos os níveis da rede de serviços, a partir dos três grandes objetivos definidos pelo PES: (1) a formação de facilitadores, (2) utilização de metodologias ativas de ensino aprendizagem, (3) visando a melhoria da qualidade e segurança de atenção em saúde; Objetivo: descrever as atividades e reflexões produzidas no Curso de Processos Educacionais. Métodos: As reflexões descritas fazem parte da compilação de ações e atividades do referido curso em diálogo com vários autores, monitoradas por portfólio reflexivo, avaliação por pares e auto avaliação, além de avaliação formativa por parte da gestora de aprendizagem do grupo. Resultados/discussão: Basicamente, o trabalho consistiu em três cenários de ensino, em que as atividades sofreram influência direta do PES, aprimorando conhecimentos e ampliando a visão da metodologia até então utilizada. Os cenários foram: 1. Ambulatorial a. Pequenos grupos b. Reconhecendo as fronteiras ou limites de conhecimento e propondo estratégias de ensino como facilitador. c. Apresentando novas formas de avaliação d. Exercitando o feedback 2. Disciplina interprofissional a. Problematização utilizando o Arco de Maguerez b. Portfólio: como avaliação contínua de disciplina. c. Avaliação: sócio afetiva, psicomotora, pares e autoavaliação. 3. Hospitalar a. Revisão de prontuários: como e o que pesquisar, definindo prioridades. b. Comunicação com equipe e familiares c. Briefing e debriefing: com feedback apreciativo aos residentes. O PES proporcionou a possibilidade de discutir com profissionais de outras áreas aimportância de estratégias inovadoras que possam desenvolverprogramas para motivar a força de trabalho de forma ampla com o olhar para o serviço de saúde, conforme suas áreas de atuação. O referencial teórico mais importante quanto à estas práticas é O Marco para Ação em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa(OMS 2010) que enfatiza a situação atual da colaboração interprofissional no mundo, identifica os mecanismos que resultam no trabalho em equipe colaborativo bem-sucedido e delineia uma série de itens para a ação que os formuladores de políticas podem aplicar em seu sistema de saúde local. Este trabalho procurou enfatizar que o termo Educação interprofissional pode ser utilizado quando duas ou mais profissões aprendem sobre os outros, com os outros e entre si para a efetiva colaboração e melhora dos resultados na saúde. Porém, tanto a atuação no PES, quanto a atuação diária nas instituições, necessita de referenciais teóricos, muitas vezes relegados a um segundo plano, quando da execução de projetos deste vulto. Na atividade escolar existem três elementos centrais, para que o desenvolvimento ocorra com sucesso: o estudante, o professor e a situação de aprendizagem. A busca por conhecimento sobre teorias de aprendizagem tentando aprimorar a dinâmica envolvida nos atos de ensinar e aprender, tentando explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento, se mostrou uma das lacunas de conhecimento tanto do grupo PES, quanto nas atividades docentes. Mitre S M (2008) questiona: “Mas por que tem se tornado imperioso rediscutir os processos de ensino-aprendizagem necessários à formação para o trabalho em saúde?“ Entre as respostas da autora, seleciona-se uma mais apropriada, embora complementar com as demais: “a configuração de uma nova modalidade de organização do espaço-tempo social, as sociedades de controle, o que torna imperiosa a adoção de uma postura crítica sobre a inscrição do sujeito no mundo — aqui incluído o trabalho — caracterizando um verdadeiro ato de resistência”. Conhecer, mesmo que em linhas gerais as divisões das Teorias de aprendizagem do Behaviorismo, das chamadas Teorias de Transição classificadas como o inicio do cognitivo moderno até as Teorias Cognitivas, auxiliam a fundamentação que sustentam estas reflexões. Mereceu especial atenção, influenciando diretamente a prática, o tempo e a profundidade reservados à analise da Espiral Construtivista, metodologia problematizadora, em currículos que utilizavam metodologias ativas de ensino aprendizagem. Segundo Lima (2017), a experiência com a Espiral, revelou que, a partir do processamento de problemas, as questões de aprendizagem, elaboradas pelos estudantes, apresentavam maior articulação disciplinar do que o guia do tutor produzido pelos professores. Será possível utilizar esta metodologia em todos os momentos e com diferente número de pessoas? A utilização de grupos de até 10 pessoas permite que conheçamos de forma individual cada um dos participantes com oportunidade de oferecer feedback apropriado e em tempo adequado. O Pequeno Grupo se constitui quando existem pessoas que compartilham o mesmo ambiente, com objetivos em comum e que trabalham coletivamente para alcançá-los, estabelecendo metas e estratégias, e centrando-se na realização de tarefa. Nesse contexto os participantes assumem e adjudicam papéis, permitindo a visão diversificada e o desempenho crítico diante das situações reais, bem como a construção coletiva de atitude (des)alienantes. A prática no PES foi de extraordinária riqueza quando exercitada a facilitação, nas várias formas e momentos, mas principalmente, quando nos deparou-se com situações de embate teórico ou de relatos de experiência, e porque não, nos momentos de avaliação. A descrição destes “papéis” desenvolvidos por cada um está bem documentada em Pichon-Riviere (1998), em especial quando “denuncia os conteúdos latentes da grupalidade” embora tenham sido, inicialmente, os estudos Bion (2010) que trouxeram a tona a noção de cultura de grupo, considerando os conflitos existentes entre a mentalidade de grupo e os desejos individuais , afirmando que pode haver uma “mudança catastrófica”, quando ideias novas promovem uma ruptura na mentalidade do grupo prevalente, para constituir uma nova. Finalmente, aquele autor, afirma que é na confluência das experiências individuais e coletivas que nasce o conteúdo que será manifestado pelo porta-voz do grupo. Diria-se: “Mas para pensar e fazer assim, tem que sair da caixinha.” Quando nos reportamos a estes referenciais e de que forma exercitamos no PES, obrigatoriamente, nos vimos colocados de forma antagônica aos princípios de explicação do Paradigma Clássico (redução, separação e simplificação), pois ele unifica o que é múltiplo, quantifica o que é qualificável, simplifica o que é complexo. Outra visão, tende a ser ampliada na perspectiva do Paradigma da Complexidade, quando questiona/perturba o paradigma “clássico”, trazendo a ideia de Morin (2002), sobre a complexidade das relações: antireducionista aberta e dialética para que possa ser dialógica. Trazendo a relação de convívio e inseparabilidade dos antagônicos, dos concorrentes, dos contrários. Conclusão: Participar do PES, trouxe a possibilidade de construir solidas relações em função do trabalho individual e coletivo, mostrando a relevância da comunicação entre componentes, observando diferentes níveis de compreensão, com o desenvolvimento da escuta. Não faltaram embates e demonstrações claras de diferenças de pontos de vista e conceitos, porém, ideias defendidas e respeitadas, de forma a não prejudicar os relacionamentos futuros, mas numa perspectiva dialógica.
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Cidade, _[dia]__ de Mês de Ano.
Prezado Sr. Editor, Revista JMPHC
Submetemos à sua apreciação o trabalho “____________[título]_____________”, que se encaixa nas áreas de interesse da JMPHC. A revista foi escolhida [colocar justificativa da escolha da revista para a publicação do manuscrito].
O autor 1 participou da concepção, planejamento, análise, interpretação e redação do trabalho; e, o autor 2 participou na interpretação e redação do trabalho. Ambos/todos os autores aprovaram a versão final encaminhada.
O trabalho está sendo submetido exclusivamente à JMPHCD. Os autores não possuem conflitos de interesse ao presente trabalho. (Se houver conflito, especificar).
__________________________________
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“Certifico que participei suficientemente do trabalho para tornar pública minha responsabilidade pelo seu conteúdo.”
“Certifico que o manuscrito representa um trabalho original e que nem este manuscrito, em parte ou na íntegra, nem outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, de minha autoria, foi publicado ou está sendo considerado para publicação em outra revista, quer seja no formato impresso ou no eletrônico, exceto o descrito em anexo.”
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