Integralidade do cuidado

um relato de experiência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v13.1152

Palavras-chave:

Assistência Integral à Saúde, Acesso Efetivo aos Serviços de Saúde, Enfermagem em Saúde Pública, Modelos de Assistência à Saúde, Integralidade em Saúde

Resumo

A integralidade, princípio norteador do Sistema Único de Saúde, preconiza a resolutividade das ações em saúde considerando o indivíduo no seu contexto social, cultural e psicológico. Este relato de experiência objetiva relatar práticas que buscam prestar assistência integral à saúde por meio da articulação entre os serviços de baixa e média complexidade, em um município do Rio Grande do Sul. As práticas iniciaram após reflexão realizada pela equipe de gestão da Rede de Atenção à Saúde – RAS sobre aspectos da organização e planejamento dos serviços, na qual identificaram-se falhas significativas nos processos de trabalho. As atividades, desenvolvidas por enfermeiras alocadas em uma Unidade de Pronto Atendimento, buscaram enfrentamento à fragmentação do sistema, desempenhando ações voltadas para promoção da integração, articulação e sinergia entre serviços da RAS. Durante o processo de implementação e desenvolvimento das atividades, identificaram-se entraves e facilitadores. Dentre os entraves destacaram-se: falta de conhecimento dos trabalhadores quanto aos serviços disponíveis; lacunas entre a política preconizada e as práticas dos serviços; clínica voltada apenas para doença; percepção reduzida do profissional sobre o cuidado integral; relações que carecem de simetria entre usuários e trabalhadores de saúde; agendas médicas na APS superlotadas; recursos humanos insuficientes; queixas de pacientes subestimadas; e inexistência de fluxo de referenciamento e contrarreferenciamento na RAS. Com relação às facilidades, constataram-se: comunicação efetiva; troca de experiências; aprendizado; cooperação; trabalho em conjunto e; ampliação da visão de profissionais da RAS quanto a necessidade de articulação. Evidenciam-se avanços na superação do modelo fragmentado, na aproximação entre os serviços de saúde e na ampliação do olhar voltado ao paciente em sua totalidade, possibilitando instituir ações que asseguram a integralidade no cuidado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Campos CEA. O desafio da integralidade segundo as perspectivas da vigilância da saúde e da saúde da família. Cien Saude Colet. 2003;8(2):569-84. https://doi.org/10.1590/S1413-81232003000200018. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232003000200018

Brasil. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências [Internet]. Brasília, DF: PR; 1990 [citado 31 maio 2021]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm

Pereira IB, Lima JCF. Dicionário da educação profissional em saúde [Internet]. Rio de Janeiro: EPSJV; 2008 [citado 31 maio 2021]. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/l43.pdf

Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) [Internet]. Brasília, DF: MS; 2010 [citado 31 maio 2021]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt4279_30_12_2010.html

Konder MT, O’Dwyer G. As unidades de pronto-atendimento na política nacional de atenção às urgências. Physis. 2015;25(2):525-45. https://doi.org/10.1590/S0103-73312015000200011. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312015000200011

Cassettari SSR, Mello ALSF. Demanda e tipo de atendimento realizado em unidades de pronto atendimento do município de Florianópolis, Brasil. Texto Contexto Enferm. 2017;26(1). https://doi.org/10.1590/0104-07072017003400015 DOI: https://doi.org/10.1590/0104-07072017003400015

Ministério da Saúde (BR). Manual instrutivo da rede de atenção às urgências e emergências no sistema único de saúde (SUS) [Internet]. Brasília, DF: MS; 2013 [citado 31 maio 2021]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_rede_atencao_urgencias.pdf

Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 1.600, de 7 de julho de 2011. Reformula a política nacional de atenção às urgências e institui a rede de atenção às urgências no sistema único de saúde (SUS). Brasília, DF: MS; 2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1600_07_07_2011.html

Hermida PMV, Nascimento ERP, Echevarría-Guanilo ME, Andrade SR, Ortiga ÂMB. Contrarreferência em unidade de pronto atendimento: discurso do sujeito coletivo. Rev Bras Enferm. 2019;72(suppl1):143-50. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0023. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0023

O'Dwyer G, Konder MT, Reciputti LP, Lopes MGM, Agostinho DF, Alves GF. O processo de implantação das unidades de pronto atendimento no Brasil. Rev Saude Publica. 2017;51:125. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000072. DOI: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051000072

Uchimura LYT, Viana ALÁ, Silva HP, Ibañez N. Unidades de pronto atendimento (UPAs): características da gestão às redes de atenção no Paraná. Saude Debate. 2015;39(107):972-83. https://doi.org/10.1590/0103-110420151070253. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-110420151070253

Mendes LS, Almeida PF, Santos AM, Samico IC, Porto JP, Vázquez M-L. Experiência de coordenação do cuidado entre médicos da atenção primária e especializada e fatores relacionados. Cad Saude Publica. 2021;37(5):e00149520. https://doi.org/10.1590/0102-311X00149520. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00149520

World Health Organization. Integrated health services: what and why? [Internet]. Geneva: WHO; 2008 [citado 28 jun 2021]. Disponível em: https://www.who.int/healthsystems/technical_brief_final.pdf

Pan American Health Organization. Integrated health service delivery networks: concepts, policy options and a road map for implementation in the Americas. Washington, DC: PAHO; 2011 [citado 28 jun 2021]. (Series Renewing primary health care in the Americas; n. 4). Disponível em: https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2011/PHC_IHSD-2011Serie4.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: Rio Grande do Sul, Lajeado [Website]. Brasília, DF: IBGE; 2017 [citado 28 jun 2021]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/lajeado/panorama

Oliveira CCRB, Silva EAL, Souza MKB. Referral and counter-referral for the integrality of care in the health care network. Physis. 2021;31(1):e310105. https://doi.org/10.1590/S0103-73312021310105. DOI: https://doi.org/10.1590/s0103-73312021310105

Mendes EV. As redes de atenção à saúde. 2a ed. Brasília, DF: OPAS; 2011 [citado 28 jun 2021]. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/as-redes-de-atencao-a-saude/

Sampaio ML, Bispo Júnior JP. Rede de atenção psicossocial: avaliação da estrutura e do processo de articulação do cuidado em saúde mental. Cad Saude Publica. 2021;37(3):e00042620. https://doi.org/10.1590/0102-311X00042620. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00042620

Ribeiro SP, Cavalcanti MLT. Atenção primária e coordenação do cuidado: dispositivo para ampliação do acesso e a melhoria da qualidade. Cien Saude Colet. 2020;25(5):1799-808. https://doi.org/10.1590/1413-81232020255.34122019. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232020255.34122019

Nunes AM. Avaliação do grau de integração da atenção primária à saúde com atendimento especializado no modelo de unidade local de saúde experimentado em Portugal. Saude Soc. 2021;30(1):e180532. https://doi.org/10.1590/S0104-12902021180532. DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-12902021180532

Starfield B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia [Internet]. Brasília, DF: UNESCO; 2002 [citado 28 jun 2021]. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0253.pdf

Vázquez M-L, Vargas I, Garcia-Subirats I, Unger J-P, De Paepe P, Mogollón-Pérez AS, et al. Doctors' experience of coordination across care levels and associated factors: a cross-sectional study in public healthcare networks of six Latin American countries. Soc Sci Med. 2017;182:10-9. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2017.04.001. DOI: https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2017.04.001

Franco TB, Hubner LC. A atenção básica e os cuidados intermediários: um debate necessário. Saude Debate. 2020;44(125):516-26. https://doi.org/10.1590/0103-1104202012518. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-1104202012518

Costa GAPC, O'Dwyer G, Carvalho YS, Campos HS, Rodrigues NCP. Perfil de atendimento de população idosa nas Unidades de Pronto Atendimento do município do Rio de Janeiro. Saude Debate. 2020;44(125):400-10. https://doi.org/10.1590/0103-1104202012509. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-1104202012509

Borsato FG, Carvalho BG. Hospitais gerais: inserção nas redes de atenção à saúde e fatores condicionantes de sua atuação. Cien Saude Colet. 2021;26(4):1275-88. https://doi.org/10.1590/1413-81232021264.1021201. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232021264.10212019

Downloads

Publicado

20-12-2021

Como Citar

1.
Mezaroba E, Camargo Garcia M, Scortegagna da Cunha N, da Silva N, Rodrigues Araujo B, Wander Bonamigo A. Integralidade do cuidado: um relato de experiência. J Manag Prim Health Care [Internet]. 20º de dezembro de 2021 [citado 21º de novembro de 2024];13:e023. Disponível em: https://jmphc.emnuvens.com.br/jmphc/article/view/1152

Artigos Semelhantes

<< < 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.