Perfil clínico-epidemiológico e prevalência de coinfecção pelo vírus da imunodeficiência humana em pacientes com tuberculose no estado de Pernambuco

Autores

  • Hayana Figueiredo Gonçalves Vigilância em Saúde. Secretária de Saúde do Estado de Pernambuco
  • Eliane Maria Medeiros Leal Departamento de Saúde Coletiva, Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz
  • Carla Carolina Alexandrino Vicente da Silva Departamento de Saúde Coletiva, Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz
  • Filipe Santana da Silva Departamento de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v13.575

Palavras-chave:

Coinfecção, Tuberculose, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

Resumo

A tuberculose se caracteriza como um grande desafio para a saúde pública do Brasil. Quando em concomitância com vírus da imunodeficiência humana é uma das principais causas de evolução rápida para óbito dos pacientes. Identificar o perfil clínico e epidemiológico e a prevalência de coinfecção tuberculose/ Vírus da Imunodeficiência Humana – VIH no Estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo transversal descritivo, com abordagem quantitativa, realizado no Estado de Pernambuco, com 2.824 casos de coinfecção pelo vírus da imunodeficiência humana e pela tuberculose, através das fichas notificação de tuberculose do Sistema de Informação de Agravos e Notificação do Ministério da Saúde. Observou-se que 88% residiam na zona urbana e 68,5% eram do sexo masculino. Predominou-se a faixa etária de 20 a 40 anos (59,1%). Dentre os exames realizados, 28,9% dos casos apresentaram resultados positivos no exame de baciloscopia de escarro na 1ª amostra e na 2ª amostra (11,9%). A cultura de escarro não foi realizada em 85,5% dos casos. A coinfecção de tuberculose e VIH é um problema relevante em Pernambuco. O perfil predominante dos casos (homens, cor parda em idade economicamente ativa e na zona urbana) denota uma rapidez de ações focais de prevenção para esse grupo prioritariamente. Apesar dos programas de saúde pública existente e da antiguidade das doenças necessita-se de ações de controle de ambas.

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Biografia do Autor

Hayana Figueiredo Gonçalves, Vigilância em Saúde. Secretária de Saúde do Estado de Pernambuco

Bacharela em Saúde Coletiva, Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco, Vitória de Santo Antão, Brasil. Sanitarista/Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco.

Eliane Maria Medeiros Leal, Departamento de Saúde Coletiva, Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz

Enfermeira pela Universidade de Pernambuco (2010); Sanitarista através da Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva do CPqAM/FIOCRUZ(2013); Especialista em Saúde do Trabalhador (2013); Especialista em Regulação em Saúde no SUS (2016); Mestre em Saúde Coletiva pela CPqAM/FIOCRUZ (2015). Atualmente, Doutoranda em Saúde Pública - FIOCRUZ; Integra do grupo de pesquisas de Governança de Sistemas e Serviços de Saúde. Possui experiência de Pesquisa e Gestão e Docência nas áreas de Administração Pública; Modelos Administrativos e Gestão em Saúde Coletiva com ênfase em Atenção Básica; Regulação em Saúde (Sistemas, Atenção à Saúde e Acesso); Controle e Avaliação de Serviços de Saúde; Regionalização de Sistemas e Serviços de Saúde; e Incorporação de Tecnologias no SUS, com ênfase em ATS (Avaliação de Tecnologias em Saúde) e Políticas Informadas por Evidência (PIE). Possui experiência na área de Informática em Saúde (Telessaúde). Tem experiência na área de docência em Enfermagem e Saúde Coletiva em nível de Graduação e Pós Graduação.

Carla Carolina Alexandrino Vicente da Silva, Departamento de Saúde Coletiva, Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz

Enfermeira Sanitarista,Mestre em Saúde Pública, Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, Brasil. Doutoranda em Saúde Pública/Instituto Aggeu Magalhães

Filipe Santana da Silva, Departamento de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

É doutor (2016) e mestre (2012) em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco/Centro de Informática (CIn/UFPE). Formado em Ciências Biológicas (2009) pela Universidade de Pernambuco/Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UPE), iniciou a carreira estudando polimorfismos em genes associados ao metabolismo do ácido fólico em pacientes com Hepatite C crônica e esteatose hepática. Pela especialização associada a área medica, ingressou no mestrado com representação do conhecimento (i.e., ontologias) e o processamento de dados de saúde. Nessa época, atuou no Núcleo de Telessaúde (NUTES-HC-UFPE) desenvolvendo pesquisas em representação do conhecimento, telessaúde e padrões para sistemas de informação em saúde. No doutorado, desenvolveu pesquisa relacionada ao processamento inteligente de bancos de dados biomédicos, especificamente a interpretação automática utilizando um modelo híbrido baseado em ontologias e Raciocínio Baseado em Casos de Conhecimento Intensivo (RBC-CI). Ainda durante o doutorado, realizou estágio sanduíche (2014-2015) na Medzinische Universität Graz (Institut für Medizinische Informatik, Statistik und Dokumentation), em Graz (Áustria). Doutor (2016) e Mestre (2012) em Ciência da Computação pelo Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Bacharel em Ciências Biológicas (2009) pelo Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade de Pernambuco (UPE). Desenvolve atividades de ensino e pesquisa relacionados à Informática em Saúde, informática biomédica, Ontologias e terminologias em Saúde, Padrões de Informação em Saúde, Sistemas de Informação em Saúde, Saúde Coletiva e Representação do Conhecimento.

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Publicado

09-03-2021

Como Citar

1.
Gonçalves HF, Leal EMM, Silva CCAV da, Santana da Silva F. Perfil clínico-epidemiológico e prevalência de coinfecção pelo vírus da imunodeficiência humana em pacientes com tuberculose no estado de Pernambuco. J Manag Prim Health Care [Internet]. 9º de março de 2021 [citado 28º de março de 2024];13:e02. Disponível em: https://jmphc.emnuvens.com.br/jmphc/article/view/575