Identificação das demandas funcionais dos usuários de serviços públicos de reabilitação: sistematizando o acolhimento

Autores

  • Jane Fonseca Dias Universidade Federal de Minas Gerais
  • Mariana Angélica Peixoto de Souza Universidade Federal de Minas Gerais
  • Sheyla Rossana Cavalcanti Furtado Universidade Federal de Minas Gerais
  • Marisa Cotta Mancini Universidade Federal de Minas Gerais
  • Rosana Ferreira Sampaio Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v7i1.414

Palavras-chave:

Reabilitação, Acolhimento, Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.

Resumo

Desde as últimas décadas o Brasil vivencia o aumento das doenças crônicas e da expectativa de vida que, associadas à crescente urbanização e industrialização, modificam o perfil de adoecimento da população, marcado por incapacidades transitórias/permanentes. Tais mudanças aumentam a demanda por serviços públicos de reabilitação e geram a necessidade de ampliar e diversificar tais serviços e constituí-los em rede integrada e efetiva. O adequado funcionamento e planejamento da rede de reabilitação dependem de dados que reflitam as condições funcionais dos usuários. Assim, um protocolo sistematizado, que possibilite o levantamento e qualificação das demandas funcionais desde o acolhimento do usuário, tem grande potencial para melhorar o direcionamento do caso entre os diversos profissionais e serviços da rede – Atenção Básica e Especializada. O objetivo deste estudo foi, através deste protocolo único, traçar o perfil dos usuários da rede pública de reabilitação de Belo Horizonte – MG. O protocolo foi aplicado no acolhimento de usuários da rede pública de reabilitação da cidade. No protocolo há questões que representam componentes da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, para caracterização social, da saúde e funcional dos usuários. Para descrição funcional há 25 questões alocadas em 10 domínios: Mobilidade, Comunicação, Eutrofia, Auto-cuidado, Dor, Atividade Interpessoal, Energia e Sono, Afeto, Tarefas e Demandas Gerais, Trabalho Remunerado. Foram avaliados 516 usuários, média de idade 57 anos, 75% mulheres, 47% casados/união estável, média de 3 filhos. Quanto à escolaridade, 65% concluíram até o ensino fundamental. Menos da metade trabalhava (41%) e 35% eram aposentados. Sedentarismo (65%) e sobrepeso (31%) foram os principais fatores de risco. Na auto-avaliação de saúde, 34% avaliaram como boa/muito boa a saúde física e 43% a emocional; 32% precisavam de ajuda nas atividades diárias e 75% realizavam algum tratamento de saúde. Na descrição funcional, 87% relataram dificuldade grave/completa em pelo menos um domínio, sendo Dor o mais frequente (58%). A mediana do escore funcional foi 23,89 (escala de 0 a 100). A maioria iniciou a reabilitação na atenção básica (n=398) e em média apresentava dificuldade grave/completa em 5 itens da descrição funcional comparado com média de 8 itens para os que iniciaram na atenção especializada (n=109). Nove usuários receberam apenas orientações. Espera-se que o uso do protocolo contribua para a redução da fila de espera para atendimento de reabilitação, assim como redução dos encaminhamentos inadequados entre os serviços. 

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Publicado

05-01-2017

Como Citar

1.
Dias JF, de Souza MAP, Furtado SRC, Mancini MC, Sampaio RF. Identificação das demandas funcionais dos usuários de serviços públicos de reabilitação: sistematizando o acolhimento. J Manag Prim Health Care [Internet]. 5º de janeiro de 2017 [citado 22º de dezembro de 2024];7(1):88-. Disponível em: https://jmphc.emnuvens.com.br/jmphc/article/view/414

Edição

Seção

Seminários, Simpósios e Mesas Redondas

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