Plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil
aspectos políticos e econômicos – revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.14295/jmphc.2025-v17.1445Palavras-chave:
Plantas Medicinais, Medicamento Fitoterápico, Fitoterapia, Fatores Socioeconômicos, Política PúblicaResumo
Políticas públicas sobre plantas medicinais e fitoterápicos foram instituídas para garantir à população o acesso seguro e seu uso na promoção da prática integrativa e complementar no Brasil. Esta revisão integrativa da literatura, contemplou os aspectos econômicos e as políticas relacionadas às plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil, com destaque para o Sistema Único de Saúde. Foram utilizadas três bases de dados e recuperados o total de 208 artigos. Após avaliação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados nove artigos. O histórico de uso tradicional e aumento do interesse contemporâneo, incrementam as diversas demandas de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil. As políticas públicas foram bem desenhadas e são robustas, no entanto, existe o desafio de implementação, com práticas de apoio aos meios sustentáveis e a inclusão dos atores marginalizados. Menos da metade dos programas municipais de saúde que produzem fitoterápicos atendem a legislação e raros apresentam certificado de boas práticas. A venda em comércio geral e feiras livres deve ser acompanhada de fiscalização sanitária para a qualidade dos produtos e segurança dos usuários. No âmbito da formação complementar, para a prescrição de plantas medicinais e fitoterápicos com segurança, se faz necessária a educação permanente para os profissionais. Observa-se que existem políticas públicas para o acesso a esse cuidado integrativo e que fitoterápicos constam na Rename. Nas unidades federativas com menor população e economicamente desfavorecidas, observou-se menor número ou indisponibilidade de programas com plantas medicinais e fitoterápicos. Diante disso, conclui-se que existe a necessidade de maior convergência nas políticas públicas com programas de apoio mais equânimes para o acesso às opções terapêuticas com plantas medicinais e fitoterápicos, com ações que possibilitem a inclusão e proteção aos direitos dos atores marginalizados, ampliação da participação da agricultura familiar e o fortalecimento da indústria nacional para a bioeconomia sustentável do país.
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